quarta-feira, 16 de março de 2011

MOTIVO



Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.




Cecília Meireles

POÉTICA



Manuel Bandeira

Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário
o cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja
fora de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante
exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes
maneiras de agradar às mulheres, etc
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare

- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

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RESENHA CRÍTICA DO FILME TROPA DE ELITE



O filme "Tropa de Elite" é terrível: um soco no fígado mais dolorido do que o "oscarizado" "Traffic".
Ele é nauseante, frenético, um dos melhores filmes de ação que já vi! Um dos melhores filmes nacionais que já assisti! 
Há momentos em que a gente não quer ver mais nada, mas, ao mesmo tempo, é impossível não ser absorvido pelo roteiro, pela agilidade da câmera, pelas interpretações excepcionalmente convincentes dos atores. E que safra maravilhosa: a começar por Wagner Moura! 
Todo o universo do tráfico está lá: os que vendem, os que compram, os que se vendem e os poucos que o combatem de fato. 
Ele mostra como a juventude pode ser facilmente aliciada pelo tráfico; o ridículo dos que usam drogas como uma forma de enfrentar o sistema, quando é desse tipo de alienação que ele se nutre e prolifera. Afinal, a juventude destruída não ameaça o status quo. 
O pior é que a introdução ao vício normalmente é feita por "amigos", que geralmente "sobrevivem", enquanto os que recebem essa "amizade" descem aos infernos. Começa com o cigarro, em seguida vem o álcool e, depois, ladeira abaixo... 
Em outro vértice desse polígono de dominação perversa, o filme estigmatiza a polícia comum, que é apresentada de forma deprimente: mal aparelhada, mal remunerada, mal gerida. Isso é condição, tradição ou projeto?
Contra tudo isso, o filme mostra um BOPE carioca implacável, extremamente violento como a ROTA paulista de outrora. Isso preocupa quando pensamos em tal poder nas mãos erradas. Mas de que outra maneira é possível enfrentar alucinados cruéis e sanguinários, que aliciam e viciam crianças; que as iniciam no crime?
Nesse sentido, mais do que a repressão violenta ao crime, o que assusta e saber que políticos se associam ao tráfico para financiar suas campanhas; que corruptos nos esbofeteiam e sufocam diariamente; torturam e matam sem piedade apenas para se "darem bem"; que leis penais frouxas permitirem a proliferação do crime organizado. 
Se existem soluções radicais é porque as causas não foram combatidas no tempo devido e por quem de dever, muito mais que de direito. Por isso viraram epidemias! Nesse contexto, o BOPE não é mostrado como cura, mas remédio que elimina a doença junto com o doente: único temor e terror dos marginais fora de seu círculo multiplamente vicioso. Sem ele os marginais teriam medo de quê? 
O BOPE é uma conseqüência de políticas públicas; de pais que fecham os olhos para os passos de seus filhos; e de jovens que confundem liberdade com burrice. Por tudo isso, se a Tropa de Elite carioca é como no filme, vale perguntar, embora ainda chocado com as cenas: qual é a alternativa imediata e efetiva para tornar esse modelo repressor desnecessário? 
Longe de atribuir-lhes ares quixotescos, o fato é que esse tipo de policial parece estar só numa guerra que afeta a todos nós. 
É por isso que Tropa de Elite incomoda, mas é imperdível! 

sábado, 5 de março de 2011

RESUMO DO FILME TROPA DE ELITE

O filme Tropa de Elite é uma obra que descreve fatos ocorridos na segurança pública do Estado do Rio de Janeiro na década de 90, durante a visita que o Papa João Paulo ll realizou a Capital Carioca. Sua narrativa é intensa em sua descrição da realidade diária da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – PMERJ, totalmente paltada em situações que, segundo o autor, baseiam-se em relatos de fatos reais, que lhe foram feitos por Policiais Militares. O personagem central da trama é um Capitão PM do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), Tropa de Elite da Policia Militar carioca, considerada internacionalmente como a melhor força de Combate Urbano do Mundo. A narrativa é intensa e gira em torno do personagem central o Capitão Nascimento, que motivado pelo nascimento de seu filho resolve deixar as atividades do Batalhão, mas para isto é necessário que ele encontre um substituto que tenha os seus ideais de honra e profissionalismo. Contudo, em uma polícia permeada pela corrupção, esta busca acaba se transformando em uma missão quase impossível. Finalmente, ele encontra dois jovens Aspirantes a Oficial, que se enquadram nas características necessárias em um Policial Militar do BOPE da PM do Rio de Janeiro, estes Aspirantes, por força do destino, acabam sendo conduzidos ao Curso de Operações Especiais que é coordenado pelo Capitão Nascimento. O filme além de fazer uma crítica a corrupção da polícia carioca, também mostra a hipocrisia da classe média, representa por estudantes universitários, que criticam a violência policial, mas, no enredo do filme - que não está longe da realidade da sociedade carioca – estes mesmos estudantes, realizam o consumo e o tráfico de drogas nas festas estudantis e na própria universidade, e assim favorecendo a violência urbana carioca. Tropa de Elite é uma obra de ficção que expõem as entranhas de uma corporação policial que existe no Brasil a duzentos anos (Criada em 1808 por D. João VI). A PMERJ tem em seus quadros muitos policiais honestos e valorosos, contudo, os maus policiais existem, como em qualquer organização policial no mundo, e estes policiais corruptos é que são denunciados no filme.
Publicado em: novembro 22, 2007   Updated: fevereiro 21, 2011

Conteúdo curricular - 9º ano - 1º bimenstre

VERBETE ENCICLOPÉDICO, ARTIGO CIENTÍFICO

  • Analisar as fontes de informação para avaliar a sua confiabilidade.
  • Identificar o tema, as ideias centrais e secundárias, as informações implícitas do texto.
  • Inferir o significado de uma expressão a partir do contexto.
  • Estabelecer relações de causa/consequência entre partes do texto e entre as informações verbais e os recursos gráficos utilizados.
  • Selecionar e pesquisar verbetes.
  • Selecionar e empregar palavras adequadas em função da finalidade e do nível de formalidade desejado.
  • Identificar as marcas linguísticas de impessoalidade e de opinião.
  • Reconhecer as diversas formas de se estruturar o tópico frasal do parágrafo.
  • Produzir esquemas contendo as informações principais do texto.
  • Produzir parágrafo sobre o tema da leitura, a partir de um tópico frasal pré-determinado.
  • Reescrever parágrafos estabelecendo novas conexões, mas garantindo a coesão e a coerência do texto criado.